Simpósio Temático no X Encontro Estadual de História - UFSM
O Grupo de Trabalho da ANPUH-RS, História do Crime e da Justiça Criminal, contará com um Simpósio Temático no X Encontro Estadual de História a ser realizado na Universidade Federal de Santa Maria entre os dias 26 e 30 de julho de 2010.
As inscrições das propostas para apresentação de trabalhos tem como prazo máximo o dia 16 de maio. No dia 1º de junho serão publicados os aceites dos trabalhos.
Abaixo, encaminhamos a proposta do Simpósio Temático número 16, a qual somos responsáveis.
Contamos com sua participação!
Qualquer dúvida, escrever para : gthcrime@gmail.com
Outras informações do X Encontro Estadual no site: http://eeh2010.anpuh-rs.org.br/
16. História do Crime e da Justiça Criminal | |||
| Coordenadores: CAIUÁ CARDOSO AL-ALAM (Doutorando(a) - PUCRS), CLÁUDIA MAUCH (Doutorando(a) - UFRGS) |
Apresentação: Desde algumas décadas, os historiadores brasileiros passaram a se utilizar mais sistematicamente das fontes criminais, inicialmente em função de temáticas externas às suas condições de produção, depois tentando cada vez mais compreender a produção destas fontes e o lugar da violência e do crime na sociedade, movimento esse que também ocorre dentre os historiadores que trabalham no e/ou com o Rio Grande do Sul. Nesse sentido, o projeto deste simpósio é congregar os historiadores que trabalham com temas e fontes a respeito da violência, do crime e da justiça criminal, mais especificamente os que têm voltado suas pesquisas e interesses para:
1) a historicidade do crime, do criminoso e da violência, ou seja, as variadas formas com que tais temas foram entendidos ao longo do tempo e em diferentes locais;
2) as formas de tratar delito e punição e o surgimento e funcionamento de instituições e aparatos legais, judiciários, policiais e prisionais enquanto forma de lidar com o crime;
4) as representações sociais historicamente construídas a respeito do criminal, a partir da imprensa e da literatura;
5) as formas históricas de punição e a problemática do nascimento da prisão e das penas, bem como os debates mais recentes sobre penas alternativas;
6) as instituições repressivas e suas práticas, os crimes e suas representações durante os regimes autoritários no Brasil;
7) finalmente, em relação a todos os pontos anteriores, as formas específicas de trabalho com as fontes produzidas pelo sistema de justiça criminal (polícia, prisão, justiça criminal) e sobre o crime, justiça e violência.
1) a historicidade do crime, do criminoso e da violência, ou seja, as variadas formas com que tais temas foram entendidos ao longo do tempo e em diferentes locais;
2) as formas de tratar delito e punição e o surgimento e funcionamento de instituições e aparatos legais, judiciários, policiais e prisionais enquanto forma de lidar com o crime;
4) as representações sociais historicamente construídas a respeito do criminal, a partir da imprensa e da literatura;
5) as formas históricas de punição e a problemática do nascimento da prisão e das penas, bem como os debates mais recentes sobre penas alternativas;
6) as instituições repressivas e suas práticas, os crimes e suas representações durante os regimes autoritários no Brasil;
7) finalmente, em relação a todos os pontos anteriores, as formas específicas de trabalho com as fontes produzidas pelo sistema de justiça criminal (polícia, prisão, justiça criminal) e sobre o crime, justiça e violência.
Justificativa: A temática do crime e da justiça criminal já se encontra bastante consolidada no debate acadêmico internacional, e começa a se desenvolver no Brasil enquanto campo específico de pesquisas e discussão. Os historiadores passaram a observar as práticas e representações em torno dos atos de violência e dos delitos, assim como as formas de normatização e punição destes comportamentos. A idéia de construir um GT voltado para os debates específicos da História do Crime e da Justiça Criminal surgiu a partir das discussões do Simpósio Temático com o mesmo nome, que há duas edições dos Simpósios Nacionais da ANPUH tem sido organizados sob a coordenação do professor Marcos Luiz Bretas, da UFRJ.
Desde a criação, em outubro de 2009, do GT História do Crime e da Justiça Criminal junto à ANPUH/RS, viemos debatendo os temas acima listados em reuniões abertas a todos os interessados. A realização de um Simpósio Temático dentro do Encontro Estadual de História permitirá dar seguimento e ampliar o espaço aberto com a fundação do GT, num formato já consagrado ao debate de metodologias de pesquisa e dos resultados obtidos por um número expressivo de trabalhos, os quais vêm sendo produzidos dentro de temas vinculados ao crime e justiça criminal ou com a utilização de fontes a eles ligadas.
Desde a criação, em outubro de 2009, do GT História do Crime e da Justiça Criminal junto à ANPUH/RS, viemos debatendo os temas acima listados em reuniões abertas a todos os interessados. A realização de um Simpósio Temático dentro do Encontro Estadual de História permitirá dar seguimento e ampliar o espaço aberto com a fundação do GT, num formato já consagrado ao debate de metodologias de pesquisa e dos resultados obtidos por um número expressivo de trabalhos, os quais vêm sendo produzidos dentro de temas vinculados ao crime e justiça criminal ou com a utilização de fontes a eles ligadas.
Bibliografia básica:
AL-ALAM, Caiuá Cardoso. A Negra Forca da Princesa: Polícia, Pena de Morte e Correção em Pelotas (1830-1857). Pelotas: Edição do Autor; Sebo Icária, 2008.
ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO. Brasil: Nunca Mais. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985
BRETAS, Marcos Luiz. Ordem na cidade. O exercício cotidiano da autoridade policial no Rio de Janeiro: 1907-1930. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros. Crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34/Edusp, 2000.
CARRARA, Sérgio Luís. Crime e loucura. O aparecimento do manicômio. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1999.
CAULFIELD, Sueann. Em defesa da honra. Moralidade, modernidade e nação no Rio de Janeiro (1918-1940). Campinas: Ed. Da Unicamp, 2000.
CASTRO, Celso; IZEECKSOHN, Vitor & KRAAY, Hendrik (org). Nova História Militar Brasileira. Rio de Janeiro: Editora FGV/Editora Bom Texto, 2004.
CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: Cortiços e epidemias na Corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
CUNHA, Olívia Maria Gomes da. Intenção e gesto. Pessoa, cor e a produção cotidiana da (in)diferença no Rio de Janeiro, 1927-1942. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2002.
DARMON, Pierre. Médicos e assassinos na "Belle Époque". A medicalização do crime. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
D’ARAUJO, Maria Celina. Justiça Militar, segurança nacional e tribunais de exceção. Trabalho apresentado no 30º Encontro Anual da ANPOCS- GT08 – Forças Armadas, Estado e sociedade. De 24 a 28 de outubro de 2006, Caxambu, MG. Disponível em http://cpdoc.fgv.br/projetos/
ELIAS, Norbert. Os estabelecidos e os outsiders. Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.
FAUSTO, Boris. Crime e Cotidiano: a criminalidade em São Paulo (1880-1924). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
HOLLOWAY, Thomas. Polícia no Rio de Janeiro: repressão e resistência numa cidade do século XIX. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997.
HUGGINS, Martha K. Polícia e política. Relações Estados Unidos/América Latina. São Paulo: Cortez, 1998.
LIMA, Solimar Oliveira. Triste Pampa: resistência e punição de escravos em fontes judiciárias no Rio Grande do Sul – 1818-1833. Porto Alegre: IEL/EDIPUCRS, 1997.
MACHADO, Maria Helena Pereira Toledo. Crime e escravidão. Trabalho, luta e resistência nas lavouras paulistas, 1830-1888. São Paulo: Brasiliense, 1987.
MACIEL, Wilma Antunes. O capitão Lamarca e a VPR: Repressão judicial no Brasil. São Paulo, Alameda, 2006.
MAUCH, Cláudia. Ordem Pública e moralidade: imprensa e policiamento urbano em Porto Alegre na década de 1890. Santa Cruz do Sul: EDUNISC/ANPUH-RS, 2004
MONSMA, Karl. Histórias de violência: inquérito policiais e processos criminais como fontes para o estudo de relações interétnicas. In: Demartini, Zeila de Brito Fabri; Truzzi, Oswaldo Mário Serra (orgs.). Estudos migratórios: Perspectivas metodológicas. São Carlos: EdUFSCar, 2005.
MOREIRA, Paulo Roberto Staudt. Entre o Deboche e a Rapina. Os cenários sociais da criminalidade popular em Porto Alegre. Porto Alegre: Armazém Digital, 2009.
PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. Uma outra cidade: o mundo dos excluídos do século XIX. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2001.
RIBEIRO, Carlos Antonio Costa. Cor e criminalidade. Estudo e análise da justiça no Rio de Janeiro (1900-1930). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1995.*
SCHETTINI, Cristiana. Que tenhas teu corpo. Uma história social da prostituição no Rio de Janeiro das primeiras décadas republicanas. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
SILVA, Ângela Moreira Domingues da. Ditadura militar e justiça castrense no Brasil: espaço de legitimação política e contradições (1964-1985). Texto disponível em http://www.arqanalagoa.ufscar.
SILVA, Roger Costa de. Muzungas: consumo e manuseio de químicas por escravos e libertos no Rio Grande do Sul (1828-1888). Pelotas: EDUCAT, 2001.
THOMPSON, Edward P. Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
ZALUAR, Alba. Integração perversa: pobreza e tráfico de drogas. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2004
